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jornalista Guilherme Guidorizzi

Com personagens caricatos, “Geração Brasil” tem estreia morna

isabelle2“Geração Brasil”, novela que estreou ontem à noite na Globo, teve boas imagens gravadas nos EUA, uma estética um pouco diferente e um tema pouco explorado (a tecnologia), mas pecou pela falta de ritmo e agilidade. O grande problema é o excesso de personagens caricatos. A repetição de atores vindos de “Cheias de Charme” (também assinada por Filipe Miguez e Izabel de Oliveira) não é um problema, já que as ‘panelinhas’ são comuns.

O que não deu para entender foi Thiaguinho, cantor onipresente em programas da Globo, abrindo o capítulo de estreia. Ele também não representa, de modo geral, a juventude brasileira. A coreografia de Jonas (Murilo Benício) e Pamela (Claudia Abreu) em um evento lembrou, e muito, “Os Embalos de Sábado à Noite”. Aliás, na mesma cena quase todo o elenco da trama apareceu como convidados do exótico casal. O elenco tem seus atores irregulares (Fiuk, Lázaro Ramos, Taís Araújo e Claudia Abreu, por exemplo). Esta, a propósito, irritou com um sotaque forçado.

Por outro lado, Gisele Fróes (Rita) brilhou mesmo em um papel de pobre. Miéle (Jack), apesar da pouca participação, convenceu em seu primeiro trabalho em novela. Chandelly Braz (Manu) confirma que é uma atriz em evolução e que rouba as cenas com seu carisma, talento e beleza. Isabelle Drummond está muito bem como a garota-problema Megan, mesmo aparecendo pouco na estreia. Aliás, os dramas e a vida rebelde da personagem (bebedeira, direção ao volante em alta velocidade, etc) podem ser prejudicados pela classificação indicativa da trama.

“Geração Brasil” mostrou ainda o nome de personagens invadindo a tela (algo que “Pecado Mortal” já realizou), fez referência a filmes, programas de celebridades e desenhos (como “Beleza Americana”) – um ponto alto da estreia, apresentou uma ‘Torre de Babel’ de sotaques (além do inglês, se ouviu personagens falando espanhol, português, além da mistura da nossa língua com a da terra do Tio Sam) e mostrou capas de revistas americanas como a “Time” e “People”.

O tema de abertura, ‘País do futebol’, em nada se associa ao assunto principal do folhetim (tecnologia). Aliás, o tema parece um pouco vago para sustentar, sozinho, a novela.Outro ponto alto foi o casal caricato Jonas e Pamela, que consegue divertir. Assim como Shin-Soo (Rodrigo Pandolfo), um intrépido repórter com seus ternos exóticos. Luis Miranda está bem como a transsexual Dorothy.

O grande problema é que o final da estreia acabou arrastado com temas comuns que nada lembravam o que apareceu no início do capítulo. De qualquer forma, “Geração Brasil” deve conquistar o seu público-alvo e erguer os índices catastróficos de “Além do Horizonte”. Mas a estreia acabou sendo bem morna para uma novela que promete.

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Publicado às 6 de maio de 2014 por em Crítica, Televisão e marcado , , .

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